Ala-pivô do Cleveland elogia novatos escolhidos pelo time no draft e conta que carinho da torcida o ajudou na adaptação quando chegou aos EUA
Varejão mostra confiança na recuperação do Cleveland (Foto: Júlia Pecci/ SporTV)
Anderson Varejão viveu situações distintas na NBA nas últimas duas temporadas. O ala-pivô viu o seu time, o Cleveland Cavaliers, ir do céu ao inferno. Após terminar a jornada 2009/2010 como o melhor time do Leste na fase regular, a equipe perdeu o grande astro LeBron James. O adeus da estrela da companhia, acompanhado pelas saídas de outros jogadores do elenco e mudanças na comissão técnica, culminou com a segunda pior campanha da NBA, com 19 vitórias e 63 derrotas na temporada 2010/2011.
Mas os torcedores da equipe tiveram um motivo para comemorar: o Cleveland ganhou o direito de ser o primeiro time a escolher um jogador do basquete universitário. Com a primeira e a quarta escolhas no recrutamento, o Cavs selecionou o armador Kyrie Irving e o ala Tristan Thompson.
Agora, o brasileiro acredita que a chegada dos calouros poderá ajudar a equipe a melhorar significamente o seu desempenho.
- Eu acompanho pouco o “college” (basquete universitário), mas pelo que eu ouvi falar, são dois jogadores de muito potencial. Dois jogadores talentosos e que podem ajudar bastante o Cleveland – disse Varejão, confiante, em entrevista ao SPORTV.COM.
O ala-pivô creditou a péssima campanha do time na temporada passada à perda de alguns atletas, além da troca da comissão técnica.
- Uma coisa que foi crucial para não irmos bem nessa temporada foi que tivemos vários problemas de lesão e uma mudança muito grande. Perdemos quatro jogadores importantíssimos do time (além de James, o armador Delonte West e os pivôs Shaquille O’Neal e Zydrunas Ilgauskas). Depois trocaram a comissão técnica inteira. Quando chega uma comissão técnica nova, muda o sistema de jogo, jogadores novos, leva um tempo para todo mundo se adaptar – explicou.
Por conta de um desentendimento entre o sindicato dos atletas e os donos dos clubes, a liga decretou um locaute. O início da temporada, previsto para o final de outubro, está ameaçado. Apesar dos contratempos, o jogador confia em uma campanha melhor, já que o Cleveland teve um ano para se entrosar.
- Já é um ano a mais, todo mundo junto. Isso ajuda muito, o pessoal já se conhece melhor. Um ano que todo mundo pode refletir e ver o que faltou, o que podia ter feito de diferente na temporada anterior, pode ajudar muito para a seguinte – garantiu.
Recuperando-se de uma grave lesão no tornozelo direito, que o afastou das quadras em janeiro, Varejão conta que ainda mantém contato com o ex-companheiro de equipe LeBron James. Mas que o relacionamento não é a mesmo da época em que jogavam juntos.
- De vez em quando a gente se fala. Até quando eu me machuquei ele me mandou mensagem e tal, até durante os playoffs a gente se fala um pouco. Mas nada demais – contou.
O brasileiro integra o Cleveland desde 2004, quando chegou aos Estados Unidos, após uma passagem de sucesso pelo Barcelona. Logo que chegou, mesmo sem saber falar inglês, conquistou a torcida. Ele não sabe explicar o porquê da rápida identificação. Que tem um ponto alto a cada temporada. Uma vez por ano, acontece a “Noite das perucas”, conhecida como “Wig Night”. Em um determinado jogo, todos os torcedores colocam a peruca que lembra o penteado de Varejão. O jogador conta que estranhou no início, mas que curtiu a ideia.
- Um dia me perguntaram se podiam fazer perucas para distribuir no ginásio no dia do jogo. Falei que tudo bem, mas achei que fosse uma coisa para os torcedores. Quando chegou o dia do jogo, estava chegando no estacionamento, onde fica o pessoal da segurança, e vi todo mundo de peruca. Pensei: “Ué, não era só para os torcedores?”. Foi bem legal, um carinho especial que a torcida tem por mim. No início, tive uma sensação estranha, parecia que estava olhando no espelho o tempo inteiro. Mas depois que o jogo começa, você tem que focar na partida e aí foi legal – relembrou.
Com o cabelo cacheado como sua marca registrada, o ala-pivô contou que o deixou crescer por acaso. Amante da NBA desde pequeno, ele começou fazendo tranças e, muitas vezes, deixava a torcida escolher qual seria o próximo penteado.
- Eu deixei o cabelo crescer como aquela coisa de adolescente, acompanhava NBA, fazia trança. Na época do Franca, eu mudava sempre o tipo de trança. Às vezes, a torcida já pedia “ah, faz essa, faz pra um lado, faz pro outro”. Inventei também, fiz umas coisas meio doidas, eu mexia muito no cabelo. Mas a partir do momento que eu saí, que fui para a Espanha, eu não mexi muito. O que pega mesmo lá é o cabelo assim, que é diferente, ninguém tem.
http://sportv.globo.com/site/programas/ta-na-area/noticia/2011/08/apos-pessima-temporada-do-cavs-varejao-confia-nos-calouros.html
Outros artigos publicados por Redação BasketBrasil
Source:
No comments:
Post a Comment